AdminO defesa do Arsenal Jakub Kiwior revelou que ficou completamente surpreendido e algo desprevenido quando Fabrizio Romano anunciou o seu inesperado empréstimo ao FC Porto, precisamente no momento em que se preparava para entrar no relvado de treinos dos Gunners.
O internacional polaco, que chegou a Londres vindo do Spezia em janeiro de 2023, esteve várias vezes associado a uma saída do clube londrino depois de ter tido dificuldades em garantir minutos consistentes sob o comando de Mikel Arteta. Apesar de ser bastante valorizado pela sua versatilidade na defesa, Kiwior perdeu espaço na última época, alimentando os rumores de uma possível transferência durante todo o verão.
O interesse do Porto foi constante ao longo da janela de transferências, mas o Arsenal recusava autorizar a saída até encontrar uma alternativa para reforçar a defesa. O desfecho aconteceu no último dia do mercado, quando os londrinos confirmaram a chegada, por empréstimo, de Piero Hincapié do Bayer Leverkusen, abrindo finalmente a porta para Kiwior rumar a Portugal.
Contudo, o próprio jogador admite que o momento em que o negócio ficou concluído o apanhou completamente de surpresa.
Enquanto as redes sociais fervilhavam com o famoso “here we go” de Romano a confirmar a transferência, Kiwior ainda estava a calçar as chuteiras no centro de treinos de London Colney. A notícia correu rapidamente pelos telemóveis dos colegas de equipa antes mesmo de o jogador receber qualquer confirmação oficial.
“Foi difícil despedir-me do Arsenal porque não sabia quando é que iria realmente acontecer,” contou Kiwior ao O Jogo.
“Se soubesse o dia exato com antecedência, teria tido tempo para me preparar. Nos últimos três dias lá, não sabia qual seria realmente o meu último. O Fabrizio Romano anunciou o ‘here we go’, e comecei a receber dezenas de mensagens e chamadas a felicitar-me. Eu estava a começar o treino… Os jogadores viram nos telemóveis e perguntaram-me porque é que eu tinha vestido o equipamento se já estava fechado.”
A situação deixou o central de 24 anos numa posição desconfortável. Sem certezas sobre o desfecho do negócio, optou inicialmente por não se despedir. Apenas no dia seguinte, já com confirmação oficial, regressou para se despedir de forma apropriada – num momento carregado de emoção.
“Fui ao relvado despedir-me dos colegas e do treinador. Fizeram um corredor de despedida e foi difícil… Não tive todos aqueles com quem queria despedir-me, e ainda tive de fazer algumas chamadas.”
A despedida mostrou o quanto Kiwior era respeitado dentro do balneário do Arsenal, apesar dos poucos minutos em campo. Muitos acreditavam que ainda tinha potencial para oferecer ao clube, mas a ida para o Porto foi vista como uma oportunidade para jogar com regularidade e evoluir num ambiente competitivo.
Para o Porto, a contratação por empréstimo é considerada um grande reforço. Os dragões procuravam soluções defensivas após um arranque de época complicado, e a qualidade técnica, a calma com bola e a polivalência de Kiwior tornam-no numa peça valiosa para o plantel de Sérgio Conceição.
No lado do Arsenal, a operação reflete o equilíbrio na gestão do plantel — garantindo a chegada de Hincapié e, ao mesmo tempo, dando a Kiwior a possibilidade de ganhar minutos importantes no estrangeiro.
Agora em Portugal, Kiwior está determinado a abraçar este novo desafio, embora admita que a rapidez dos acontecimentos ainda lhe cause alguma estranheza. O episódio ilustra bem a realidade do futebol moderno, em que muitas vezes são as notificações nos telemóveis que dizem primeiro aos jogadores aquilo que vai acontecer com as suas carreiras.
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